terça-feira, 12 de agosto de 2014

Perseidas ‘brigam’ com a superlua

POR SALVADOR NOGUEIRA
12/08/14  05:56
Nem bem já nos desapegamos da “superlua” e temos novo espetáculo celeste: as perseidas, uma das mais famosas chuvas de meteoros anuais, atingem seu pico na próxima madrugada (terça para quarta-feira).
Um meteoro das perseidas fotografado sobre o VLT, instalação astronômica nos andes chilenos
Um meteoro das perseidas fotografado sobre o VLT, instalação astronômica nos andes chilenos
A má notícia para este ano é que o brilho da Lua promete atrapalhar a visualização das famosas estrelas cadentes. Ainda assim, há a expectativa de que os meteoros mais brilhantes sejam bem visíveis.
O nome da chuva é derivado da constelação de Perseu, de onde parecem emanar os meteoros. Eles são produzidos pela entrada na atmosfera terrestre de pequenos detritos do cometa Swift-Tuttle, astro que passa pelas redondezas do Sol a cada 133 anos. Quando nosso planeta cruza a órbita do cometa, em intervalos de 12 meses, encontra a nuvem de detritos deixada por ele.
A chuva é mais visível no hemisfério Norte, onde a constelação de Perseu aparece mais alta no céu. No nosso lado do equador também é possível vê-la, mas quanto mais para cima no mapa, melhor. Ou seja, as regiões Norte e Nordeste têm melhores condições do que as do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Mas ninguém deve se desanimar, não. Com um pouco de paciência, todo mundo pode colecionar seu avistamento de estrelas cadentes.
“Como para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o radiante — ponto do céu de onde os meteoros parecem vir — estará praticamente no horizonte norte, essas regiões deverão ver apenas os brilhantes meteoros rasantes, que entram em ângulo muito raso com a atmosfera terrestre”, afirma Gabriel Hickel, astrônomo da Universidade Federal de Itajubá (MG). “Esses meteoros são mais raros, mas mais duradouros e brilhantes.”
A expectativa dos astrônomos é uma taxa de 34 a 60 meteoros por hora no Norte e no Nordeste. No Sudeste e no Centro-Oeste, as aparições são mais modestas — entre 6 e 10 meteoros por hora. E no Sul, não se pode esperar mais que 4 a 7 meteoros por hora.
COMO OBSERVAR
“Para ver uma chuva de meteoros, você só precisa dos seus olhos, uma cadeira de praia e motivação”, explica Hickel. “Não há região específica do céu a olhar. O ideal é procurar um lugar escuro, longe da poluição luminosa das grandes cidades, com o horizonte livre, e deitar-se em uma cadeira de praia, de modo a ver o máximo do céu possível.”
Quanto ao melhor horário para observar, há duas possibilidades. O astrônomo Cássio Leandro Barbosa, da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, sugere que uma primeira tentativa pode ser feita entre o anoitecer e o nascer da Lua, que acontece por volta das 19h. “Ela estará 85% iluminada, então vale a pena tentar fugir dela”, diz Barbosa.
Depois que nasce a Lua, tudo fica mais difícil, e uma nova tentativa só vale a pena após as 3h, quando Perseu já aponta no horizonte Norte. “Na alta madrugada a Lua estará no lado oposto ao do radiante e deve deixar as coisas menos ruins.”
Seja qual for o horário, Hickel destaca a importância da paciência na observação. “Não espere um show pirotécnico. Observe por pelo menos uma hora para ter chance de ver um número razoável de meteoros.”
E se, por acaso, o tempo não ajudar, você pode tentar observar até o dia 14 — ainda haverá alguns perseidas “retardatários” até lá.
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1 comentário feito no blog

  1. Carlos comentou em 12/08/14 at 10:05 amResponder
    Olá Salvador,
    Gostaria de recomendar uma webcam aquí do Japão para quem quer acompanhar a chuva de meteoros.
    O tempo anoiteceu fechado e mesmo assim vale uma espiada. A transmissão começa a partir de agora e vai madrugada adentro, ou até a tarde para quem está no Brasil.
    Abs.
    Carlos.

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