quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Cientistas desvendam mistério da estranha 'minhoca marciana'

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  • Elysa Rider
     Representação gráfica do estranho animal, cuja evolução foi finalmente identifcada por cientistas
    Representação gráfica do estranho animal, cuja evolução foi finalmente identifcada por cientistas
Uma minhoca com pernas e espinhos encontrou, finalmente, seu espaço na cadeia evolutiva.
Por anos, os fósseis deste animal pré-histórico inquietavam cientistas, que não conseguiam encontrar nenhuma evidência para explicar a relação do seu processo evolutivo com o de com qualquer outro animal de sua época - 500 milhões de anos atrás - ou da era moderna.
Sua aparência parece ser produto de uma alucinação, o que explica o seu nome científico: Hallucigenia sparsa.
O animal se assemelha a um verme, mas tem pernas, espinhos e uma cabeça difícil de distinguir da cauda. Uma fileira de espinhos duros nas costas e sete ou oito pares de pernas, cada uma com suas garras.
Tudo isso em um animal de 5 a 35 mm, que vivia no fundo do oceano. Por tudo isso, havia sido considerado como uma espécie "marciana".
M.R. Smith/ Smithsonian Institute
Os fósseis da Hallucigenia causaram grande debate científico
Seus restos fossilizados foram identificados no final da década de 1970. Agora, pela primeira vez, cientistas confirmaram sua ligação com um grupo de animais modernos.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, descobriram um sólido parentesco com vermes que vivem em florestas tropicais (Onychophora), descreveram eles em pesquisa publicada na revista Nature.
A pista estava num detalhe: as pequenas garras. "As peculiares garras do Hallucigenia são a evidência que resolveu um longo e intenso debate no campo da biologia evolutiva", disse Martin Smith, um dos autores do estudo.

Pernas ou espinhos?

O paleontólogo Simon Conway Morris identificou o estranho animal em 1977 entre fósseis encontrados nas Montanhas Rochosas do Canadá, segundo a revista científica New Scientist.
Ali, na formação geológica dos Xistos de Burgess, encontra-se um dos maiores depósitos de fósseis do período da explosão cambriana, quando apareceram pela primeira vez muitos dos principais grupos de animais do planeta, segundo registros fósseis.
Inicialmente, pensou-se que os espinhos do animal eram pernas; as pernas, tentáculos; e a cabeça, a cauda.
"Pensa-se frequentemente que o grupo de animais modernos surgiu completamente formado durante a explosão cambriana", disse Smith. "Mas a evolução é um processo gradual: a anatomia complexa de hoje surgiu passo a passo."
Já se suspeitava que os vermes Onychophora pudessem estar relacionados com o extravagante Hallucigenia, mas até agora evidências não haviam sido encontradas.
De acordo com o estudo de Smith, as pequenas garras deram a pista. Na Hallucigenia, capas de cutículas (semelhantes à substância dura das unhas) são empilhadas uma dentro da outra. A mesma estrutura pode ser encontrada nas mandíbulas dos Onychophora, que são patas modificadas para mastigar.
Segundo os cientistas, esta descoberta abre um novo caminho de conhecimento sobre os artrópodes, grupo que inclui aranhas, insetos e crustáceos.
"Muitos dos estudos com base genética sugerem que os artrópodes e os vermes Onychophora estão intimamente ligados", disse Javier Ortega Hernández, co-autor do trabalho.
"No entanto, nossos resultados indicam que os artrópodes estão cada vez mais perto dos tardigrades, grupo de animais microscópicos mais conhecidos por serem capazes de sobreviver no vácuo do espaço e em temperaturas abaixo de zero, o que deixa o Onychophora como primos distantes".
Ao examinar os fósseis da explosão cambriana e organismos vivos, dizem os especialistas, será possível descobrir mais sobre a origem dos animais complexos e a evolução enigmática destes seres primitivos.
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Ilustrador reconstrói cenas do cotidiano dos dinossauros10 fotos

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O encontro raro, porém provável, entre tubarões gigantes, cujo diâmetro da mandíbula é estimado em 3,35 metros, e um mamífero de médio porte da mesma ordem dos elefantes (Proboscidea) é retratado nesta imagem do premiado ilustrador Julius Csotony e faz parte do livro The Paleoart of Julius Csotonyi, lançado este mês. A ilustração está exposta em painel retroiluminado no hall de Paleontologia do Museu de Ciência Natural de Houston, no Texas Julius Csotonyi/Reprodução

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COMENTÁRIOS 31

Avatar do usuário
  1. Avatar de groste

    groste

    51 minutos atrás
    TUDO MENTIRAS KKKKKKKKKKKKKKKK
  2. Avatar de Givan Lima

    Givan Lima

    3 horas atrás
    Os comentários aqui só nos mostram o quanto o brasileiro é atrasado em ciência, educação, pensamento crítico etc. Retrato de um povo de 3º mundo.
  3. Avatar de Blasfemo Mesmo

    Blasfemo Mesmo

    4 horas atrás
    Esses comentários de pseudo-intelectuais com provas concretas de que evolução é um fiasco e/ou de pessoas que acham que é tudo balela são ou preocupantes ou deprimentes, nada de bom de qualquer forma.
  4. Avatar de niltek

    niltek

    4 horas atrás
    Evolução , uma teoria em crise. Porquê,? Veja: POR 50 anos, o filósofo britânico Antony Flew foi um ateu muito respeitado por seus colegas. Seu ensaio Theology and Falsification, de 1950, tornou-se a publicação filosófica mais reimpressa do século 20. Em 1986, Flew foi chamado de “o mais influente dos críticos contemporâneos do teísmo” (crença em Deus). Assim, muitas pessoas ficaram chocadas quando Flew anunciou em 2004 que tinha mudado seu modo de pensar. O que levou Flew a mudar de ideia? Em poucas palavras: a própria ciência. Ele ficou convencido de que o Universo, as leis da natureza e a própria vida não poderiam ter surgido por mero acaso. Para tudo existe um arquiteto, um projetista, nada surge por acaso. E você ainda acredita na "teoria" da evolução?
    1. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      3 horas atrás
      Não sendo o design inteligente (ou qualquer outra forma de criacionismo) científico, não existem debates científicos entre ele e a evolução. A teoria da evolução é suportada por muitas evidências e é aceita por virtualmente todos os cientistas do mundo, enquanto o criacionismo não possui evidências, apenas escrituras antigas. Trata-se de uma discussão entre conhecimento científico e crenças religiosas, portanto. Quanto aos poucos cientistas que acreditam no criacionismo, eles representam, segundo a revista Newsweek, apenas 0,15% de todos os cientistas da vida (biólogos) e da Terra (geólogos) com alguma crendencial acadêmica respeitável nos EUA.8 São 700, entre os 480.000 cientistas.
    2. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      4 horas atrás
      O governo do Reino Unido proibiu o ensino do criacionismo como teoria científica em escolas e universidades públicas. A decisão faz parte de um documento oficial que estabelece novas diretrizes para unidades de ensino vinculadas às igrejas, em prol de um "currículo mais amplo e equilibrado". Colégios também terão que começar a ensinar a Teoria da Evolução nas séries iniciais. As cláusula referente ao criacionismo diz que essas teorias são rejeitadas pelas próprias igrejas, assim como por pesquisadores. Além disso, como não estão de acordo com as evidências e consensos científicos, "não devem ser apresentadas aos alunos como uma teoria científica".
  5. Avatar de niltek

    niltek

    4 horas atrás
    Em seu livro Evolution: A Theory in Crisis , o biólogo molecular Michael Denton concluiu que a teoria da evolução “parece mais um princípio de astrologia medieval do que uma teoria científica séria”. Ele também se referiu à evolução darwinista como um dos maiores mitos de nossos tempos. Sem mais.
    1. Avatar de jpcastilho

      jpcastilho

      3 horas atrás
      Quais as bases ele utilizou? Há estudos? Testes? Pesquisas de campo? Não? Ahhh tá...
    2. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      3 horas atrás
      O evolucionismo esforça-se em buscar explicações para os eventos da Natureza, enquanto que o criacionismo esforça-se em adaptar os eventos da Natureza à sua visão de mundo. O criacionismo não possui bases científicas, portanto é certamente uma visão de mundo, não podendo se apresentar como ciência, pois não tem indícios para tal e não é comprovada cientificamente.
    3. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      3 horas atrás
      A evolução é uma estrutura teórica bem definida, que embasa a Cladística, a Biologia do Desenvolvimento, a Paleontologia, a Genética de Populações e todas as demais áreas da Biologia; ao passo que o criacionismo é constituído de uma multiplicidade de superstições, sem unidade, criadas pelas centenas de religiões e mitos hoje existentes ou que já existiram outrora. A evolução é uma teoria fundamentada em achados fósseis concretos e em experimentos realizados, enquanto que o criacionismo é abstrato, indemonstrável e desprovido de bases científicas. Os argumentos neocriacionistas, que utilizam recentes descobertas da ciência, de uma forma geral, são falácias que poderiam provar a veracidade de qualquer crença, seja ela judaico-cristã, muçulmana, hinduísta, umbandista, pagã, animista ou de qualquer outra crença religiosa.
  6. Avatar de dgiovani

    dgiovani

    4 horas atrás
    500 milhões de anos?
    1. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      4 horas atrás
      Sim, o que tem?
  7. Avatar de MAURICIO O GRANDE

    MAURICIO O GRANDE

    4 horas atrás
    Achei que teriam descoberto a minhoca marciana no congresso, que costumeiramente se veste de preto e vermelho.
    1. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      4 horas atrás
      E eu achei que a página de política era em outro lugar. Aqui é sobre ciências, vc está no lugar errado.
  8. Avatar de vicente.shadow

    vicente.shadow

    4 horas atrás
    Pura especulação e cascata! Leiam "a criação não é um mito" de Domenico Ravalico e entendam tudo...
    1. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      4 horas atrás
      Pura especulação e cascata! Leiam "O Livro de Ouro da Evolução" de Carl Zimmer" e entendam tudo...
  9. Avatar de Valestra

    Valestra

    5 horas atrás
    Se tem uma coisa certa, certa mesmo, nessas histórias de dinossauros e tal é que 90% é puro chute!
    1. Avatar de Eu Original

      Eu Original

      4 horas atrás
      É mesmo? Me mostre o paper científico que foi publicado com essa porcentagem, que eu acreditarei. Ps.: 95% das estatísticas publicadas na internet são inventadas.
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